Recordação de um amor que nunca acabou

Recordação de um amor que nunca acabou

Roma dos Cézares e das glórias,

das conquistas e das vitórias.

Você era uma humilde escrava

que há vários anos trabalhava

numa casa de nobres patrícios.

Um dia surgiram indícios

de suspeita de assassinato

de nobre romano que,por concubinato,

fora flagrado pelo esposo traído,

e,pelo fio de sua espada havia morrido.

O nobre que falecera era seu patrão

e deixara a viúva com três filhos em desolação.

Você,jovem ainda,com paciência colaborou

para refazer aqueles corações que tanto amou,

mas,o destino colocou no seu caminho,

uma verdadeira trilha de espinho.

O filho mais velho de seus patrões,havia voltado ao lar,

após anos de ausência na lide militar.

Você não o conhecera antes e quando ele chegou,

ao ser-lhe apresentado,o sentimento de amor brotou

em ambos como uma doce e encantadora lembrança

sem saber de onde,mas iluminada com a esperança

de se unir,de se beijar,de se amar,

de,um ao outro nesse amplexo se entregar.

Contiveram-se porém,você escrava,ele nobre,

ele rico miitar,você simples e pobre.

Mas,o tempo foi inexoravelmente passando

e o amor não,esse foi aumentando.

Vocês acabaram se unindo nesse amor

com muito carinho numa noite.Com o calor

dos beijos e afagos,nem puderam imginar

que estavam sendo vigiados por alguém a sondar

os seus passos.Era outra escrava ,que escondida,

obserava para delata-la afim de que você fosse despedida.

Foi isso mesmo que aconteceu realmente.

Você acabou sendo vendida,infelizmente,

e, para uma região distante foi mandada

sem poder reivindicar nem, pedir nada.

O seu amante ficou muito desesperado

e tentou impedir,mas,foi obrigado

pela influência da mãe sobre o imperador

a ir para a frente de batalha e cheio de dor

enfrentou guerras e guerras e sobreviveu

no desejo de voltar ao amor que sempre fora seu.

Passaram-se dezesseis mêses e ao retornar

procurou a sua amada,e,precisou viajar

para longe para busca-la,mas que tristeza,

ela se encontrava na mais absoluta pobreza.

A família da qual era a nova servidora

havia falecido numa tempestade avassaladora.

Ficara sosinha,completamente abandonada e ao léu

implorando com resignação o socorro do céu.

O valente guerreiro avistou-a chorando

a beira da estrada e os dois foram se abraçando,

trocando carícias e felizes procuraram

abrigo numa hospedaria que encontraram.

Só que era tarde demais,pois,ao chegar,

e,naquele recinto tranquilo se abrigar,

a humilde escrava,agora sorridente,desfalecia,

enquanto a morte,aos poucos,surgia...

No entanto,irradiava no olhar a serenidade

e a alegria de estar novamente com o amor de verdade.

Beijaram-se ternamente e a escrava partiu.

As últimas lágrimas foram abundantes e o seu rosto luziu...

O nobre militar aconchegou-a ao peito

e chorando de dor,depositou-a em seu leito.

O tempo passou,passou,mas o amor ficou.

Os dois finalmente se reencontraram.O amor nunca acabou

Mario Antonio Reis
Enviado por Mario Antonio Reis em 25/12/2010
Código do texto: T2691003