Espumas Verdejantes

Tentei esquecer o sentimento

que me cercava,

simplesmente não pude,

não consegui a raiz

cravou se por todo meu peito,

minha alma incansável,

alegra se e se deleita

no mar dos meu sonhos.

O pecado deixa de existir,

um anjo veio me visitar noite passada,

ele em tom celestial gritou sua harpa!

e com um sopro em meus olhos

lavou minhas vistas,

sua canção me fizera entrar em transe,

meu coração carregado pesado,

dolorido que batia como engrenagem fria,

enferrujado estava vazio e frio!..

O anjo o óleo ungido derramou sobre minha testa,

estava vendo tudo mas não dominava meus movimentos,

o seu rosto era luz suas asa meu cobertor,

a madrugada fria se apresentava,

o ar com incenso e mirra,

e o meu corpo de pesado se tornou leve,

me assustei com a sensibilidade que me aflorou,

ouvia ao longe pessoas que conversavam entre si,

imagens apareciam em minha frente,

num segundo parei!... calmo e suavemente perguntei ao anjo...

eu morri?... (...)

o anjo não mexia os lábios

e mentalmente me respondeu...

sim!

Uma lágrima rolou em meu rosto,

lembrei de tudo, de minha nobre mãe, de meu pai, meus irmãos...

uma luz tirou-me de minha concentração,

era hora de partir?

para onde vou?...

o anjo sabia o que eu pensava e me disse...

se quiser voltar ainda há tempo!

também pode seguir adiante!...

alma!... não tenha medo!... segure minha mão!...

anjo!... espere um pouco!...

e sobre as nuvens fiquei observando a terra...

a lua surgiu a frente,

vi seu rosto como poderia esquecer!?

não posso prosseguir!

o anjo sorriu... continuou olhando os meus olhos,

ele sabia o motivo!

disse a ele o que me afligia,

ele nada disse...

Só depois de alguns minutos ele me falou,

você morreu!...

perguntei-lhe então, não posso voltar?

não!...

você não entendeu...

você morreu para viver novamente,

o passado não lhe pertence mais,

agora, tem uma nova chance de recomeçar,

viva intensamente faça tudo de bom e o que for melhor

para dar prazer a sua alma!...

e que a mentira não seja a sua desculpa!

que a verde seja se escudo!

que o grande criador lhe fortaleça,

vá!... viva!... respire! sonhe! ame!

você esta vivo!

filho de Deus!... criatura celestial! irmão!

espalhe a semente do amor à terra,

esta livre para decidir!

sempre que precisar de ajuda, correrei ao seu auxilio!

volte a sua matéria e nascerá novamente!

como nasce uma criança, como a semente que brota na terra,

como o sol que nasce,

como no paraíso nasceu a vida,

você nascerá!...

O anjo tocava sua harpa...

meus olhos pesavam-se...

o sono... dominou... o meu corpo...

adormeci... O sono profundo abraçou-me...

Londrina 2001

Valdir Rodrigues
Enviado por Valdir Rodrigues em 08/12/2006
Reeditado em 08/12/2006
Código do texto: T312632