O último guerreiro

A flor perfeita é rara

Posso passar a vida inteira esperando

ainda sim não será desperdício

Não temo a morte

as vezes chego a desejá-la

é o que acontece com homens

que viveram o que eu vivi

acho que por isso ela não vem

a vida me quer aqui por alguma razão

então me sento onde não posso ouvir ou ver alguém

como lótus neste lindo jardim secreto

concentro-me e esvazio de mim

ouço pássaros e o som das águas

o silencio invade meu ser

minha mente fica livre de pensamentos

posso ouvir os batimentos do meu coração

ouço o vento agitando as arvores

percebendo que como as flores

estamos morrendo

é preciso reconhecer a vida

em cada respiração

em cada gesto

em cada sorriso

sinto-me honrado

de ter me encontrado

experimentando disciplina e a simplicidade

esforçando para fazer sempre o meu melhor

gosto da vida selvagem

tem algo espiritual que me atrai

não consigo explicar

apenas posso sentir

família, sonho em um dia ter a minha

as flores, todas são perfeitas

aprecio as ofertas que me são feitas

mas as dispenso

não dou a mínima para o dinheiro

e tudo que ele pode comprar

estou seguro de mim

minha respiração está leve

ninguém pode me sufocar

odeio armas de fogo

gostaria de viver em um tempo

onde as espadas e a força interior

traziam honra aos guerreiros

esforço e treinamento árduo

honra, generosidade e lealdade

somos uma nação de prostitutas

que não conseguem nem olhar nos olhos

antes de apertar o gatilho

bom, mas já está quase tudo acabado

em breve não haverá mas tempo

para esta terra de desonra

mesmo rodeado de inimigos

minha voz interior me diz

não pense, não pense

o silencio tomou conta de mim

logo não haverá dor

lagrimas ou terror

meu pai me ensinou que é glorioso morre em batalha

por isso me tornei um guerreiro

acredito que um homem pode sim mudar seu destino

fazendo o que pode até que o destino venha a se revelar

estou grato de ter feito parte disso tudo

ao menos por um instante

já posso sorrir aliviado

o sol já está se pondo

logo vai anoitecer

será uma honra voltar para casa

depois de mais um dia de batalha

não a dor, não a lagrimas

apenas o silencio de minhas palavras

eu sou o guerreiro o qual o velho estilo se juntou ao novo

tenho minha honra denovo

quando eu me for

não desejo que contem como eu morri

quero que contem como eu vivi

Leonardo Moura
Enviado por Leonardo Moura em 24/08/2011
Código do texto: T3179669
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