A versão real das coisas

Talvez hoje –

Apenas hoje –

Minha consciência dilate

A não mais poder

Tentar compreender

A lógica das coisas.

São tantas horas que se vão;

Tantas tardes, em vão,

Para lá estar, eu, de volta onde comecei.

Nada do que foi pensado,

E do que foi iludido -

E por mim acreditado -

É representação do sentimento real das coisas.

Nada, pois,

Apenas eu,

Com algumas horas gastas;

Com a pele que, aos poucos, se desgasta.

E com um espaço, vazio,

Que anseia por se preencher

Com a versão real das coisas.

Diego Guimarães Camargo
Enviado por Diego Guimarães Camargo em 09/02/2012
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