Hereges, Heresias e Heráclitos

Na eterna composição balsâmica

Dos farrapos humildes

Exaltados nas canções

Rebaixados em suas menções.

Zéfiros de vida inerte

Perpetuam sobre as ancas largas

Desta magistratura,

Fazendo seu Olimpo resplandecer sobre as nuvens.

Impondo aos pobres mortais a aceitação controversa

Destes versos tortos,

De povos torpes vindos de longe

Contrariando as escrituras.

Todos os papéis embolorados

São guardados de lendas

Levadas ao mar

Pelos seus barcos a vela.

E a navegar entre hidras

Comenta – se aqui e ali

Todo Heráclito tens seu platinado

Quebrado...

Nas pirâmides humanamente construídas

Corroboram muitos fieis

Ao ponto de serem banidos para sempre

Todos os hereges

Contrários às sagradas escrituras.

Sacro Demolay que demoliste

Toda uma nação

Carregando nada em seu surrão

Refazendo toda a sua afirmação

Que pobre mesmo era Salomão.

Talvez o óleo quente derreta em errata

Todos de vez,

Elimine meus inimigos

Combata meus amigos.

Talvez o crivo do inquisidor

Esqueça logo da acusação

Se o réu for souber afirmar

Negando veementemente sua criatura.

Mesmo sabendo que fostes tu

A origem da criação

E dele quem sabe tempos depois

Podereis tirar algum proveito?

Caminhar longos e longos carreiros

Carreados pregando seus ensinamentos

Cobrando seu dízimo para aproximar

Alguém que nunca esteve distante...