SOBRE AS NUVENS
Através da minúscula moldura
da janela de um avião,
vislumbro a imensidão vazia
que contém TUDO que desconheço!
Percebo o quanto sou pequeno,
diante da grandeza que se me apresenta!
Como flocos de neve,
algodão doce ou...
simples claras de ovos batidas,
os soldados, guardiões
da pureza infinita,
que aliados aos ventos urrantes
disparam seus canhões
que cospem turbulências
em direção ao invasor,
que rasga e fere a harmonia grandiosa!
O mesclar azul do infinito,
com o branco-neve das nuvens,
torna o campo de batalha
uma paisagem indescritível,
um paraíso...!
Rasgando o vento,
ferindo o infinito,
quebrando a harmonia,
o avião, como um justiceiro,
vai me mostrando a verdade,
que não consigo crer!
E desejo,
em alados sonhos loucos,
ficar ali, na imensidão azul,
compondo a paisagem vazia,
sorvendo a paz infinita reinante,
de um TODO,
que me preenche de um imenso vazio!