DO JARDIM RETORNO

Volto do jardim menos eu:

onde ficou a pressa?

onde o destempero e a ingratidão?

A terra que lavo de minhas mãos

escorre do antebraço, escorre para a terra

e um fio de pura energia conecta,

faz sentido, fiat lux

E no tanque da lavanderia,

ali mesmo onde se lava roupas sujas,

deponho o suor que nem a mim pertence.

Retorno do jardim refeito,

agradecido mesmo: não podei nem plantei, não reguei

- fui eu podado, plantado e regado.

Baltazar Gonçalves
Enviado por Baltazar Gonçalves em 26/03/2013
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