DO JARDIM RETORNO
Volto do jardim menos eu:
onde ficou a pressa?
onde o destempero e a ingratidão?
A terra que lavo de minhas mãos
escorre do antebraço, escorre para a terra
e um fio de pura energia conecta,
faz sentido, fiat lux
E no tanque da lavanderia,
ali mesmo onde se lava roupas sujas,
deponho o suor que nem a mim pertence.
Retorno do jardim refeito,
agradecido mesmo: não podei nem plantei, não reguei
- fui eu podado, plantado e regado.