Rotina

Dia após dia face na leitura
Repetir e repetir sem ponderação
Tal qual sangue que bombeia o coração
Como aranha tecendo a teia em captura

Nas artérias o sangue em efervescência 
Rotina sem cura assídua frequência
Afirmam cientistas moderados com eloquência
Para essa apatia infinita pedem paciência

Alucinante é a rotina benevolente
Benévola segue igual abranda a gente
Carne e espírito espreita com resistência
Sôfrega esse ramerrão de repetência

Um marasmo inconvenientemente ou bom
Um arroz com feijão sem mudar o tom
Indicando estar de acordo com seu universo
Contrariando somente o desejo inverso

Serenamente embrenhados em costumes tortos
De estresir os vivos quase já mortos
Num mundo de atonia e coincidências
Rotinas intrigantes supervivências


Assombramento insano dos dias densos
Espectros e pesadelos são sempre tensos
Rotina infernal por ser sempre normal
Sem sabor sem aventura segue habitual


Son Dos Poemas