Paz Negada

 
Arrasta- se  rumo ao limbo esta agonia
Que alonga  as  mortas horas solitárias
Calvário impiedoso entre frias paredes
Pesadelos recorrentes  a trançar redes

 
Incômodas  aves agourentas  arreliam
Réquiem amargo, momento temerário
Alma acorrentada  nos véus retrocede
Aniquilada  sorve goles do fel que fede

 
Podres valas engolem  do existir a magia
Cobrem-no  com o manto da melancolia
Sepultam sonhos jamais experimentados 
 Dor que  estrangula projetos inacabados

 
Arrefece exausto restos  da frágil matéria
Atacada sem pena pela mordaz alcateia
Na escuridão o grito da morte anunciada
Ocupa  gélidos espaços da paz negada.


Ana Stoppa



 
Ana Stoppa
Enviado por Ana Stoppa em 08/05/2014
Código do texto: T4798477
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