Parede de vidro
Talvez eu fique para sempre nos meus sonhos
em uma dessas minhas viagens astrais,
metade de mim pede para ficar, outra não.
A gravidade pressiona-me e covardemente,
recolho-me e não infrinjo a lei, existe uma regra,
atrás de uma parede de vidro.
Tenho permissão dos céus e posso rever meu passado,
meus amores, meus entes queridos, meus acertos e desacertos
e ainda ver meu futuro.
Lúcida, não posso abraçá-los, não posso tocá-los e nem mudar meu destino, não quero retornar-me...Quero ficar na pátria (mãe).
Mas, sinto a pressão atmosférica afunilar e impotente, sinto comprimida e sou levada para dentro de um túnel e sem Forças, aprisionada volto ao estado efêmero da carne.
Tania Aparecida de Oliveira