Última Carta
Não permita, Deus, que eu morra
Sem ver passar na lagoa
A bandeira da vitória
Hasteando minha glória
Numa pequena canoa.
Ver a imensidão do espaço
No dourado sol nascente
Ver esse brilho encantado
Iluminar meu reinado
Que é a alma boa da gente.
Não permita, Deus, que eu morra
Sem dizer o último adeus
E que quando então me for
Que floresça seu amor
No brilho dos olhos meus.
Que eu tenha por cruz a fé
Que eu viva pela bondade
Tendo sua gentileza
Que é nossa maior grandeza
Num mundo sem caridade.
E, por fim, Deus, que eu não morra
Sem abraçar meus amores
Que lembrem do meu sorriso
Enxergando o paraíso
Na triste rama de flores.
13 de outubro de 2014.