PAI-MÃE
Pai-Mãe, respiração e ar da vida,
Até que a ilusão se desfaça em pó
Na frialdade deste vale sombrio
E a verdade se faça enfim conhecida
Em outra dimensão da existência,
Resistirei, até o fim, com paciência,
À semelhança do profeta Jó,
Ao ímpeto deste mar bravio,
Porque sei, no íntimo, que a espera,
Que seja cinzenta e demorada ainda,
Será recompensada pela vinda
De um eterno céu de primavera.