Súplica ao Deus Abandonado

Instaure a beleza alma ávida de dor

Plante a ternura no coração que clama

Abrace do sofrimento o estigma e ama

Cada ramalhete dividido da sorte

Vencido seja o renegado vulto da morte

Por ti cingido sob o manto do horror

Na hora inigualável do florir de amor

No duro lenho abandonado à paixão

Derrame irreversível a salvação

Das almas que seus destinos abjuram

Porquanto luzes em teu rebanho fulguram

Da Vossa eterna glória colhida no calvário

Que redentor teu manto cubra este cenário

De compaixão e de justiça esvaziado.