POEMA RELIGIOSO
 
A consciência exige, cobra, uma revolução interior!
Há uma briga entre um eu pessoal que não se rende,
Que se torna obscuro, confuso  quase incógnoscível,
Que briga com um eu coletivo igualmente complexo.
Um mar de profundidade, inexorável, a ser descoberto.
Onde quanto mais se ama o humano, mais se compromete
Em incessante procura para si e os outros, de uma saída
Contra essa herança maldita da infelicidade e da desdita.
É lamentável que alguns  ingênuos, vestem-se de "bons"
Camuflam-se numa aura de santidade intetectual, irreal,
E se isolam em seus conventos, sinagogas, igrejas, eventos
Escondendo-se, sem resolver suas mais íntimas mazelas
Endeusados, fundamentados pela cultura das religiões,
Caindo na indiferença, dogmatismo, sectarismo, alienação,
​E arquivado no baú interior, em local propício às exclusões.
Descompromissando-se com os "pecadores", ímpios, infratores
Reforçando a ideologia da guerra e divisão entre as nações.
Lava-se as mãos, santifica-se os iguais contra os diferentes
Embora, por sermos sistêmicos, enquanto houver excluídos
Não haverá isenção de nenhum pecado em nossa formação
Caso haja uma ovelha sequer perdida, não haverá indultos
Inútil buscar segurança nos dogmas criados pela tradição.
Tânia de Oliveira
Enviado por Tânia de Oliveira em 27/08/2016
Reeditado em 27/08/2016
Código do texto: T5741531
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