Deus (es) Nosso (s) de Cada Dia

A última coisa que me lembro ter feito foi a primeira:

Ajoelhar-me a pedir-lhe, Deus, Sol ou não;

Ajoelhar-me a pedir-lhes - deuses - ao tanto que podem ser Santos, mostrem -me a mim.

Façam amanhecer pelo menos um hoje para todos, digam-me onde estou e por que só posso amar.

Por que não odiar ?

Por que desconheço tal sentimento

e o choro vem como cascata que congela-se, para às margens daquele pensamento que flagelado descarna-se?

Minhas tolices são mostradas em versos já cansados por seus começos, meios e fins... Sem nexo.

O que me leva a perguntar:

Por quê?

Digam-me onde o mundo material termina e a redoma empaca o corpo, digam-me onde esconderam ou camuflaram os sorrisos do palhaço

Que, bobo, dá cambalhotas nos solares das famílias nobres.

Cá estou no meio dos súditos a esperar suas respostas.

Onde me limitaram a voz?

Se eu estiver triste, nao deixem que os irmãos se aproximem de mim,

Se eu morrer, que ninguém abrace tristezas ou minha morte, pois deixo o suporte bonito virar cinzas a dar vida às suas criaturas do ar, do mar, das florestas e montanhas rochosas

Estou aqui.

Olhem pra mim.

Talvez me transformem em algo de tamanha estranheza que até meus irmãos rejeitem

Ou já me transformaram.

Estranho minhas risadas e risos

Mostrem-se aos filhos, são onipotentes, onipresentes...

Se sou amor, se vivo amor, se sonho amor; não haverão de julgar minha suposta irreverência incauta, posto que me deram motivos para estes questionamentos quando posso voar.

Corina Sátiro
Enviado por Corina Sátiro em 01/02/2017
Código do texto: T5899389
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