ARIANO
O ímpeto de vencer me faz forte
Por mais que a forca sempre esteja a um passo
Nasci com os astros virados para o norte
Sigo, ao desdém da sorte, meu compasso
Ínsito uma nova batalha a cada dia
Na tragédia grega, no corte da navalha
E a cada ferida que a dor me entalha
Cultivo anda mais o gosto pela alegria
Meu crime é o de querer desbravar o medo
A procura da real dimensão da existência
Que trafega em mão dupla entre a paz e a guerra
Antes de almejar o amado e trivial sucesso
Quero a carne e o fogo a emanar decadência
Para saciar os lobos que m’alma encerra