Prece

Nos comunicamos mal por um tempo

E, talvez eu te deva desculpas,

Mas não o farei e você conhece o motivo.

Eu tenho algo a confessar

Sobre meu entendimento limitado

Acredito que sempre houve de ti o esforço dobrado,

Para compreender-me, logo ensinar-me sobre paciência e afins

Então, obrigada

Por que não sou culpa,

Nem desculpa

Eu sempre serei, por inteiro, gratidão.

Talvez minha demasiada vontade de falar demais, rápido demais.

Pensar demais,

Minhas entrelinhas sempre foram exageradas, você sabe.

Enquanto pensei que você não atendia minhas preces

Era somente eu, que não sabia exatamente como as fazer.

Porque, se todos os dias, em nossas conversas,

Te digo que preciso deixar algo bom para as pessoas,

Você me retribui com um punhado de sorrisos nas calçadas cinzas

Nas paisagens coloridas,

Na assimetria

Das histórias que compartilho e escuto

Como espectadora da tua inteligência divina.

Falamos sobre amor, quando o sol se apaga

Quando percebemos que as pessoas por aqui complicam tudo

Quando eu chego a conclusão que o tempo é curto.

Nós falamos de amor quase sempre

Só porque acreditamos demais.

É que, na verdade,

Sempre soube da tua forma onipresente de dizer:

Eu ouço você.

Temos nosso trato, firmamos tempos atrás,

Combinamos que eu entenderia os sinais

E faria poesia deles

E assim o fiz

Para cumprir e te dizer

Que toda prece

Para ser atendida,

Precisa ser recíproca.

Amém