APOSTASIA
Morri na agonia do meu suspiro último
Mergulhei na vastidão do desconhecido
Igual a quem sara o peito tão corroído
E deixa toda a dor de lado para dançar
Morri, e parado ali, suspenso em pleno ar
Vi um vulto tomando forma ao meu redor
E a paz que me preenchia, cada vez maior
Me elevava até a mais completa serenidade
Porém, o que vi provocou a minha vaidade
Vi a cara de Deus, e acredite quem quiser,
Era um rosto de uma mulher que me falava
Era a dona do útero que pariu a humanidade
A Mãe Terra! E eu, em minha singela vaidade,
Escarrei na cara daquela que me abraçava!