Epítome de uma vida

Nas trevas sobrevivi

Caminhando na escuridão

Em lamaçais fedorentos

Não roguei pelo perdão

Dentre monstros e vampiros

Compunha-me entre tanto

Blasfemava contra o criador

Pai divino Espírito Santo

Abusos, drogas, vaidade

Fiz sofrer minha educadora

Desprezei o amor, a verdade

Minha mamãe, minha protetora

Corpo castigado

Menos de trinta anos

Insuportável fardo pesado

Desfaleciam meus planos

Quando a porta se fechou

A vida pôs-me a pensar

Ao mostrar-me que o fim

Foi o início d´um içar

Por infinitas épocas

Mãezinha me carregou

Nunca valorizei

À que meu caixão transportou

Já não havia sentido

Entre ruínas vagava perdido

Guiava-me aos gritos dos dementes

Orquestrando grandes correntes

Em desalinho natural

Às feridas, moscas e sangue

Compúnhamos aquele Umbral

Já não agüentava mais sofrer

Minha culpa jogou – me a estorcer

Feito um verme ao chão

Nasciam lágrimas dos olhos

Em honesta contrição

Luz colorida que brotava do céu

Iliminando um desesperado

Fazendo - me visualizar

Mamãzinha ao meu lado

_Te amo meu filho!

Com isso ele vê (...)

Ela carrega - lo no colo

Ele vira um bebê!

Adonai
Enviado por Adonai em 15/09/2007
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