CÉU AZUL

Estava tudo calmo no oceano.

E então foi se fechando o tempo, lento...

Nuvens escuras, raios (que momento),

E ainda: ondas gigantes, mar insano...

E eu, sozinho, em meu barco, desgarrado,

fui navegando nas revoltas águas.

E a natureza a liberar suas mágoas...

E Deus, de Jonas, a bradar, irado.

Dizem que Deus, em sua onisciência,

é sempre bom, é justo, é sempre amigo.

Mas, vez por outra, perde a paciência:

Acho que agora Ele a perdeu comigo...

Por que? Sei que motivos tem de sobra,

com a humanidade inteira...eu somente?

(E enquanto penso, faço uma manobra).

Navego e vou. Canso, meu corpo sente...

Relaxo, e então faço uma prece viva...

Não mais questiono...me entrego...adormeço...

Sonho, deliro, viajo ao léu, me esqueço...

E no oceano, a minha nau deriva...

Raios? Trovões?...e eu a dormir sonhando...

Voltou meu barco ao porto firme, ao sul...

Quando me acordo, vejo o sol brilhando,

a natureza calma, o céu azul...

Andrade Sucupira Filho

19/07/05 - 00h:19m

Andrade Sucupira Filho
Enviado por Andrade Sucupira Filho em 16/09/2007
Reeditado em 24/02/2012
Código do texto: T654633
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