Teu sagrado e teu profano

Dormindo dança num sonho,

Não sabe qual tempo-espaço:

Se antes do teu repúdio,

Se dentro do teu abraço.

Se a tua alma vagueia

E dança qual meretriz,

E sussurra no teu ouvido

A voz que a boca desdiz,

Teu sagrado e teu profano

Velam teu corpo que dorme.

Em que pensará tua alma

Tão logo essa chama acorde?

Seguir o sonho sem medo,

(Como seguir numa estrada),

É como acordar e fazer

Desse sonho, tudo ou nada.

Mas se a alma só vagueia,

E o corpo te nega a vida

Morre a tua alma imortal

No dia de tua partida.

José Freire Pontes
Enviado por José Freire Pontes em 22/06/2019
Reeditado em 23/06/2019
Código do texto: T6679288
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