Provações

Provações

Marco Sartorato

Vi o céu se manchar da cor cinzenta

E não havia lá, a alegria de sóis.

Aqui passava uma grande tormenta,

Derrubando pedras, apagando faróis.

Vi passar um barquinho à deriva calma,

Sem nada, ou ninguém a bordo ter.

Uma tristeza imensa por aquelas almas,

Veio rasante em meu peito bater.

Vi a noite delirar num sono fosco,

Uma quietude abrangente e sentenciada.

Como prisioneiro em um corpo tosco,

Ferida de morte a minha alma atormentada.

Vi os dias passarem multiplicando o povo

E nada, por bem ou por mal, se modificar.

Mas eis que, ancião, tudo “fiz” nascer de novo,

Nos princípios da força da mente, a pensar.

Então vi a minha esperança de amor se refazer,

Naquele momento de plena anunciação.

Fartei de Deus a alegria e o prazer

E fiz meu corpo ressurreto pela sua paixão.

Sartorato
Enviado por Sartorato em 30/08/2019
Reeditado em 03/09/2019
Código do texto: T6732787
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