Morte
Morte
Quem sois vós oh! morte, que me espreita a vida?
Acaso te interessas pela colheita havida
Se ousas espreitar, a sementeira é pródiga
Não açoitei o ar na caminhada amiga
Quem sois vós oh! morte que me observas?
Acaso te preocupas em ver-me sem reservas
Estou aqui cumprindo tarefa sublimada
Em nome do Senhor que deu-me esta empreitada
Quem sois vós oh! morte, que esperas paciente?
Que esta jornada encerre opaca ou reluzente
Quem sois vós que causa tétrica impressão
Será o pólo oposto de toda criação?
Quem sois vós oh! morte, ousada criatura
Sois o oposto à luz, da sombra és figura
Já não me importo que estejas a espreitar-me
Pois Deus criou a vida e Ele há de ceifar
Neno
08/04/1998