Túmulo
Eu não quero mais saber de nomes
Só quero olhar pra você e gostar
Gostar do seu sorriso e por sua alegria
Ser recebido, mesmo sem lembrar do nome
Que já tenho esquecido.
Eu não quero mais saber de nomes:
Manoel, José, João ou Maria.
Eu só quero saber que ainda existe em você
A síntese da alegria que eu sinto ao revê-lo
Nos poucos e parcos dias da nossa vida.
Que podemos carregá-la
Sem as amarras dos nomes
Que nos identifica pra nada.
Família de quem, pra quê, porquê?
É por isso que não quero saber do teu nome
Quero gostar muito mais do homem
Do que do nome.
Quero me lembrar, falar da história, mas
Que eu possa evitar o dar nome
Para que todos percebam
Que não estão sós na construção do mundo.
Mundo que ninguém sabe o nome
Para onde os homens regressam
Em um encontro perene e misterioso
Onde desse sabemos o nome: Túmulo.
Vicente Freire – 02/04/2006.