delicadeza dos sentidos...sentir com o espírito.

Delicadeza dos sentidos.

O som percorre 340 metros por segundo, a luz, no mesmo tempo

faz o percurso de 300.000 quilômetros, quanta velocidade.

A eletricidade se propaga com a rapidez que se nos afigura

incalcúlavel, parece brincar com a delicadeza dos nossos sentidos.

A sensação de calor se mede por trilhões de vibrações, mas o meu

amor por você é imensurável, em grandeza, quantidade, qualidade

e intensidade. Parece bobagem, mas é verdade, me falam aos olhos

todas as suas qualidades, minha boca vê, o gosto da saudade de você.

Nas minhas mãos o olfato do teu perfume me confunde, enquanto meu

nariz pelo tato, percorre a sua pele em todas suas ondas e cavidades.

Minha audição sente o gosto do seu beijo, como sinfonia de Bethovem,

e na ponta da minha língua posso ouvir a sobremesa mais gostosa,

geléia de rosas vermelhas, repetitivo, mas sei que você vai gostar.

E de todos os sentidos a intuição é a que mais confio, pois não vem

banhada pelo orgulho ou egoísmo, quanto ao meu livre-arbítrio,

esse eu ainda não aprendi a usar, não como eu deveria usar.

Parece que meus sentidos estão perdidos na delicadeza dos sentidos,

as vezes o ar muda seu estado. Ou é meu humor que vai se modificando?

Condensação ou rarefação, nada percebemos. O que os olhos não vê?

O coração não sente ou só guarda os sentimentos, recorro a tabela

periodica ou a todos elementos, elementares da natureza, gnomos,

fadas e duendes, pego o celular mas você não atende, está ocupado.

Se nossos sentidos não fossem encobertos pelo materialismo que nos

sufoca ou pelos pensamentos negativos que dizem sempre “não posso”.

Poderíamos ver não pela metade, mas face a face e então seríamos

libertados pela verdade, daquele que nos ensinou, que só o que vale

a pena, é amar, e por exelência a caridade,

mas por favor atende o celular.

Ricardo di Paula, 08/11/07.

AM 08:30.

A idéia desse texto foi tirada do livro de León Denis, “No Invisível”.