Um velho menino moço

Foi levando todo dia o que me sobrava,

Que pouco a pouco eu acabei notando,

Nas fotografias claramente já se revelava

Que um senhor eu estava me tornando.

Aquele menino franzino já não se encontrava

A coluna ereta lentamente estava se curvando.

E o brilho do olhar sem a gente notar vai se apagando.

Não é um temor a velhice, todavia ninguém queria

Ir lentamente vendo suas células se deteriorando.

A gente aprende muito, porém o esquecimento vai aumentando.

Eu espero que tenha a tranquilidade de um dever cumprido.

E serenidade pra acostumar que a morte vive nos rondando.

Pois a vida é feita pra ser dia a dia bem vivida.

E não pra ficar somente assim como eu se queixando.

Eu quero ver o nascer do sol de novo, pois um dia vai ser a última vez que verei ele assim esplendorosamente sozinho, mas não importando as nuvens sempre aparecerá brilhando.

Sou menino velho moço,

Que olha o fundo poço

Mas tem calma, porquê a'alma livre

Eternamente vive, mas em diferentes rostos.

Maicon Heric
Enviado por Maicon Heric em 19/02/2024
Código do texto: T8002739
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