Um velho menino moço
Foi levando todo dia o que me sobrava,
Que pouco a pouco eu acabei notando,
Nas fotografias claramente já se revelava
Que um senhor eu estava me tornando.
Aquele menino franzino já não se encontrava
A coluna ereta lentamente estava se curvando.
E o brilho do olhar sem a gente notar vai se apagando.
Não é um temor a velhice, todavia ninguém queria
Ir lentamente vendo suas células se deteriorando.
A gente aprende muito, porém o esquecimento vai aumentando.
Eu espero que tenha a tranquilidade de um dever cumprido.
E serenidade pra acostumar que a morte vive nos rondando.
Pois a vida é feita pra ser dia a dia bem vivida.
E não pra ficar somente assim como eu se queixando.
Eu quero ver o nascer do sol de novo, pois um dia vai ser a última vez que verei ele assim esplendorosamente sozinho, mas não importando as nuvens sempre aparecerá brilhando.
Sou menino velho moço,
Que olha o fundo poço
Mas tem calma, porquê a'alma livre
Eternamente vive, mas em diferentes rostos.