Dançando Súplicas Aos Vivos

Eu posso trazer a idade saciada

Entre o frescor da minha boca

E aquilo que perverto em nome do zinco

Se optar por mim, tenho também o exorcismo

Morrerei em teus braços tal um anjo

Regurgitado pela máquina de conciliar santidades

Se eu ficar imóvel serei soterrado por

Cartilagens de todos os meus amores vãos

Viverei em teu sonho, só a tua presença

Um tubarão cantando ao teu coração

Rígido aos olhos de todos

E a você, teu boto domesticado

Engenhando costelas para que se tornem

Utensílios ou rivalizem adagas

Me queira pelo que posso provar

Não pelo que invento

Encontra-me nesse terreno desterrado

Em momento de tomar posse

Das Pompeias de cada canto

Encontro você me possuindo vaidades

A cidade abandonada embaixo da pele

Ainda sob correntes, tardando inocentes

Ungido as margens da consagração

Ou seria um tratado afetado pelo gerúndio?

Participarei desse corpo externo

Atenuando metáforas

Comprometerei memórias

Desencarnei a última gota do sulco

Eu posso acolher seus vivos

Como sempre fiz com seus mortos

Zelando para que a passagem

Seja a mais viável a este plano