Increado

Repousa ainda no inefável,

Nas águas primordiais onde

Tudo o que não pode ser

Compreendido cintila como

Cacos de estrelas que se partem,

Uma essência quase intangível.

Habita em mim ainda um ponto

De luz, que quase sempre emerge

Sob avatares de cheiros e sons e toques...

Quase como um exercício de imaginação

Que busca, num ato mágico, materializar

E "crear" como um Deus Menor seria capaz.

Por vezes essa luz torna-se não mais

Que uma chama bruxuleante de uma

Vela que insiste em não apagar-se,

Apesar do vento que a açoita constantemente.

Por vezes essa luz é praticamente o Sol,

Resplandecendo neste pequeno e desimportante

Universo caótico e melancólico...

Mas o Sol também se põe.

O Deus Menor continua em busca

Da alquimia do universo, quase um

Trabalho de Sísífo na tentativa de

Materializar o que lhe é caro.

Matti Lioncourt de Romanus
Enviado por Matti Lioncourt de Romanus em 15/03/2024
Código do texto: T8020616
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