A Cruz
A Cruz
Há muitas cruzes fincadas à margem de estradas
São toscas, nem têm a beleza das cruzes da vereda.
Cruzes mal preparadas e sem pedestal
Lembram apenas a marca deixada pelo mortal.
No topo da colina,
Vejo uma cruz,
Solitária,
Vive na orla do além.
É uma cruz solitária que conversa com alguém
De braços abertos... erguida... de pé...
Onde bela mulher se esconde
Não quer ser vista por ninguém...
Apenas a cruz com ela dialoga, lhe dá ouvidos
E com terna emoção,
deixa ave que voa pousar,
A bela mulher assentada sobre pedra no chão
Espera ansiosa pelo homem,
que por ali sempre passa.
E quando ele passa lhe tira o chapéu,
Parece que vem visitar a mulher
E vê aquele belo vulto branco
Abrindo em sorriso
e uma lágrima correndo pelas faces.
Marta Peres