QUALQUER HORA

Já me chamaram de pura.

Houve até quem dissesse.

Mulher que muito ama.

Boa samaritana.

Já me denominaram tantos codinomes que nem sei se mereço.

Eu me enalteço.

Me desmereço.

Me viro do avesso.

Tudo tem um preço.

Nesta vida existem ruas, avenidas, becos...

Existe de tudo um pouco.

O mundo é meio louco?

Ou loucos somos nós imaginando que vivemos sós?

Qualquer hora a gente se descobre.

Raiz enterrada na terra.

Cabeça nos altos dos céus.

Qualquer hora somos vítimas, réus.

Sobre o palco somos artistas.

Na terra turistas.

E a qualquer hora nos transformamos.

Aliás, retornamos.

Àquilo que realmente somos.

Então de tudo lembramos.

Se amamos.

Se não amamos.

E recomeçamos.

Qualquer hora é hora de ir...

Mas não somos nós a decidir.

SONIA DELSIN
Enviado por SONIA DELSIN em 20/05/2008
Reeditado em 27/04/2011
Código do texto: T998115
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