Palavras de Fé!
Palavras de Fé!
Fala, Pai amado! O meu espírito levita
Dita minha fala e meu discurso ressuscita
Fala, mas não grita, pois o mundo, mudo, cala
Entra n´ante-sala e toma ao corpo a tua Igreja
Este que rasteja, vem me ergue e nele instala
O saber que abala tudo quanto ele deseja
Faça com que veja a maravilha da tua luz
Toca a minha alma, a tua filha, e me conduz
Tira-me esta cruz que é viver fora da tua calma
Esta calma límpida, que como as puras águas
Em divinos cântaros, deságuas tão insípida
Expurgando a vívida enodoação das mágoas
Tua luz deflagra essa emoção que a mim se anilha
Essa luz que brilha e tudo mais como que apaga
Vem, ó Pai, me afaga e reconduz-me em tua trilha
Tira-me da ilha e, com teu Mar, vem e me afoga
Queima minha toga, me desnuda e me humilha
Nada desvencilha da tua mão, mas não prorroga!
Joga fora tudo que me prende em armadilha
Vem, que o mundo encilha e esta cilha, eu rogo, corta
Nada mais m´importa: a fé de fogo em mim fervilha!!
(Djalma Silveira)