Desavença

Eu sou a consciência que cauterizas,

como ter-me-ias entre os comensais?

Sou o anjo, cujas asas não vês,

e crês que brincaria com teus animais.

Se vais soltar a fauna poupe-me,

de abrir as porteiras contigo;

existas, do modo que chamas, viver,

só não me prives, do meu abrigo.

Sou dor, e buscas anestesia,

o torpor, pra negar a doença;

sou silêncio que grita, denuncia,

que entre ti e o Pai, há desavença.

Eis a questão, o medo da resposta,

a pretexto que saber, não tem;

pintura, à qual viras as costas,

pois retrata nudez, também.

O chato que despreza o rótulo,

de louco, visionário, vagabundo;

Palavra de Deus em plena guerra,

o sal da terra, a luz do mundo…

Leonel Santos
Enviado por Leonel Santos em 22/07/2011
Código do texto: T3111019
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