Árvore do Getsêmani

A seringueira, em troca de suas feridas,

dá seu sangue, sobre o qual gira o mundo;

fere-a, pois, o homem com certeza,

que sua tristeza é água, com ouro no fundo.

Já o espinheiro, de afoito fere primeiro,

defendendo águas sem vida;

é medicinal a dor se há um propósito,

encontrar o depósito, a jazida.

A procedente do jardineiro – Mor, é seletiva,

feita, com perspectiva , fruto de estudo;

fende o caule, estocada corretiva,

ainda viva, preserva, contudo…

Nas vezes que o sonho palpita,

e sina estreita, apequena nosso mundo,

é a mão do alto, que as águas agita,

levando o eleito, para um plano mais profundo.

Quando o ódio feriu uma planta, a profanou,

mas era santa; acinte e crueldade;

jorrou o que ela tinha, vida, também a minha,

uma fonte pra humanidade…

Leonel Santos
Enviado por Leonel Santos em 19/09/2011
Código do texto: T3228083
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