Meu jeito estúpido de amar a Jesus

Dizem que é a sexta-feira santa,

Para mim, apenas dia comum;

Canário que só num dia canta,

Quisera não cantasse em nenhum.

Espera, dirás, devemos celebrar,

Afinal, marcou a humanidade;

Quem não se deixa transformar,

Sequer O conhece, na verdade.

Quem o ama, faz todos os dias,

O que o despreza, fazer o quê?

aquele dá flores por que admira,

Outro oculta adultério no buquê.

Acho que falta em casa, espelho,

Que forte soa o pleito do mascate!

Mas, a vida se renova sem coelho,

Deu-me cruz deliciosa de chocolate?

A pecha, sei, desmancha-prazeres,

Por ousar assim, contra a maioria;

Dele herdei, entre outros deveres,

O de rasgar as vestes da hipocrisia.

Einsteisn reclamou disso um dia,

O que sofres, meu Grande Amigo,

“Não sei por que todos me elogiam,

Se ninguém entende o que eu digo...”