O Pai da criança

Eis minha vida bem no centro,

De um pleito que vence eras;

Saio de um lado, noutro entro,

Mistura de ovelhas e feras...

Um diáfano, jogando limpo,

Outro baço, espalhando fumaça;

Aquele Eterno preside o Olimpo,

Essa reina, apenas sobre desgraça...

Ambos acenam com a liberdade,

Sabem o valor desse ágil potro;

Não existe plena, a bem da verdade,

Cada um preceitua ser livre do outro...

As asas vastas que o obtuso promete,

De vastas, só as penas que tem;

é sua a aquarela onde pintamos o sete,

O que se pode escolher é servir a quem...

Sua liberdade é no pátio do presídio,

Seu sopro é amplo, realidade é rasa;

Os “presentes” fáceis desse ofídio,

Fecham gaiolas, ou, aparam as asas...

O traíra pós graduado em iludir,

Faz da riqueza, da fama, a meta, o fim;

Por que preciso ou quero sobressair,

Se Deus, com justiça, sai sobre mim?

Não é difícil pro senso atinado decidir,

Quem tem mais “cavalos” no carro;

O diabo possui corpos pra se divertir,

Se Deus precisasse, faria de barro...

Salomão o sábio já passou no crivo,

Os méritos desse milenar pleito;

O diabo quer partir o menino vivo,

Deus, só dar o filho a quem de direito...