Uma simples voz

Em um velho punhal de areia depositava minha esperança,

acreditando que ele me libertaria...

do cálice de amargor,

de tudo aquilo que me levou a ruína.

Com um velho punhal de areia rasgava o templo,

sentindo que nada mais sentiria...

vendo a brisa desafiar o vento,

vendo a noite engolir o dia...

Do templo, via escorrer lágrimas,

águas salgadas, águas vermelhas,

gotas de sorrisos, gotas de tristezas,

fiquei preso no corredor das mágoas...

Preso, via passarem por mim fantasmas...

rostos, estrelas, constelações, galáxias...

Enquanto no espelho, atormentado via...

todos os pecados que cometi em minha vida...

Então finalmente vi chegar a hora,

em que a lua se transformaria em sangue,

em que o Sol se converteria em trevas,

e o respiro não seria mais constante.

Com o punhal, pérolas caíam,

para cada erro e rejeição sofrida,

Em meio ao desespero solto um grito

em busca de alivio...

" Se algo mais existe, mostre um sinal,

para esse pobre tolo, que na vida ainda insiste!"

Eis que ouço uma voz em meu coração,

que fez minha alma entrar em consonância,

com tudo aquilo que acreditava não mais existir,

"Eu te amo acima de tudo"....

RS Schindler (Renan Souza) - 26/10/2014

RS Schindler (Renan Souza)
Enviado por RS Schindler (Renan Souza) em 26/10/2014
Reeditado em 26/12/2020
Código do texto: T5012582
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