O girassol

O amarelo que dormia no botão do girassol

Decidiu despertar justo no crepúsculo;

Não herdou sequer, nuances de um arrebol,

Mas, sei, é tão somente o primeiro do rol,

Das dias que vai fulgir em seu tom maiúsculo...

O sol está para ti, minha flor mui singela,

Como para nós outros está o Senhor Jesus;

tua tez e mensagem não sei qual mais bela,

há mais que cores em tua ornada aquarela,

pois, cursas teu dia, sempre voltado pra luz...

nós gostamos da luz, mas, não todo o tempo

serve sempre que mostra-nos a bunda alheia;

quando são nossos desvios que estão no centro,

não raro, deixemos que trevas fiquem dentro,

e o Sol da Justiça, só por outros céus passeia...

quem está imune a tais espertezas? Até duvido,

que haja tal, em qual, a carapuça não serviria;

é mal que grassa entre os da carne nascidos,

e os conselhos da noite só podem ser ouvidos,

se, os pudermos praticar sem medo, à luz do dia...

Mas vá que nos arrependamos, isso aconteça,

Para o sol dos arrependidos sempre é bem cedo;

Seu raios de amor fazem que o perdão aconteça,

após, no escuro, qual girassol, baixamos a cabeça,

e quando a luz vier, nós lha seguiremos sem medo...