O filho pródigo

Em uma fazenda, há tempos passados,

vivia em trabalhos uma grande família.

Um pai com seus filhos e muitos criados,

criavam muito gado, muito se colhia.

Era arroz, era trigo, cevada e temperos;

Tinham muitos bezerros, tinha muita fartura.

O sol vinha manso, e a lua era pura,

não havia motivos para desespero!

O que ninguém sabia nem se imaginava,

é que num seio brotava, um anseio das trevas,

na mente do moço, se abria um poço

de aventura e desejo que lhe sufocava.

Sonhava partir ao desconhecido,

ficou aprazido em sua vaidade,

queria, é verdade! era achar-se perdido,

Conquistar para si plena liberdade.

Levou sua herança a qual de direito.

Levou em seu peito um ar bem vaidoso,

vestiu-se pomposo, descendo a estrada,

com um carro de molas e muito aparato,

não deixou barato, era muita gastança,

eram festas e danças, eram muitas amizades!

Com tantas beldades, claro! só interesses.

Dinheiro ele tinha, porque não afagá-lo?

Todos vinham amá-lo e em cada um desses,

não havia suspeitas que iriam deixá-lo.

Mas Deus não se esquece de nenhum detalhe,

mesmo que o moço falhe, o Senhor lhe ajuda!

O homem vai e muda, sai de sua rota,

o Senhor logo nota o desvio do besta,

põe em sua testa um sinal de que é Seu;

Olha aqui velho meu, esse aí é um crente,

seu rosto não mente, é do Povo de Deus.

E naqueles dias seus, o dinheiro acabou,

e pobre ficou, sem pompa e sem brilho,

ofuscou-se seu plano, e a fumaça do orgulho,

deu um belo mergulho dentro da humildade,

bateu a saudade! veio-lhe à lembrança

de sua abastança e as regalias...

Sentou-se assustado e olhou para o céu,

pois caiu lhe o véu,

com fome, com sede, com raiva e perdido!

era como um bandido, sua honra, traíu,

chorou e ninguém viu, sentiu-se tão só

e sujo de pó, era como um mendigo, sem pai, sem amigo:

- "O que hei de fazer?"

caindo em si, voltou-se ao que ao mundo lhe trouxe!

Articulou um plano de arrependimento

e com sentimento mais puro que a alva:

Ó Senhor Deus, vem ! Me salva!

Logrou êxito em seu plano, e seu desengano

deu-lhe uma lição.

Não sai assim não, deixando a riqueza,

deixando na mesa tão grande fartura,

por mera aventura de um mundo colosso,

podes cair num poço de eterna amargura!

Seu pai lhe esperava, com olhar de ternura!

Sua estrutura era rocha, mas se abateu.

- Onde estás filho meu, olhando às alturas

Indagando à saudade, que tanto sofreu!

Tendo visto ao longe, um andar compassivo

Ficou apreensivo e logo correu,

pois reconheceu o andar, o mover de seu corpo

e tinha certeza era o amado seu.

O filho ajoelhado, abraçado a seus pés

- Te peço perdão pelos pecados meus.

Houve festa no céu pelo arrependimento!

Houve festa na Estância, era só alegria!

Houve até controvérsias de inveja, lamento!

Mas nenhum ciumento a festa estragaria.

A humildade alçou voo e alcançou a vitória!

A melhor decisão é negar-se a si mesmo,

Pra que fique gravado aos anais da história

a memória de um filho que escapou ileso.

DE JOSE APARECIDO IGNACIO em 03/08/2013 à 1 hora da manhã.

José Aparecido Ignacio
Enviado por José Aparecido Ignacio em 08/02/2015
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