A Fé

Parece masoquismo, porém, não é,

topar confiante esse amargo beber;

apenas as retinas, dos olhos da fé

antevendo, ora, o doce que vai ser;

escuro chama oferecendo comidas

e frutas várias, maçã, pera, ameixa;

té iria para as suas vastas avenidas

sem o amparo da luz que não deixa;

evito arroubos da pretensão moleca,

dará certo, confie, otimismo apenas;

meninos travessos, jogando peteca,

em ziguezague pós leveza da penas;

a fé amadurece em escura caverna

sem horizontes só um vertical rumo;

qual urso não deixa vida, se hiberna

apenas preserva até tempo oportuno;

nau opaca ancorada no porto solidão,

longe de jactâncias vãs e suas brasas;

conduz a tremores, ficamos sem chão

onde Deus nos ensina o uso das asas...