Agrela ... Peruleiro: nomes

Luísa, no poema "Nomes" percorres

Minuciosa e nominal lugares castiços,

Enxebres, desviciados da Crunha,

Na Galiza, que Spain bourbónica está

A delir, apagar, destruir ... As provas,

Luísa, são mesmo os teus poemas,

Tão certos quanto ateigados de

Enigmas ou Mistérios ou Sombras

Rosalianas ... Poemas de fugida e de

Permanência, persistência, constância ...

"Agrela", que Spain disturbou em "A Grela",

Como se "grela" fosse esposa fiel do grelo ...

"Peruleiro", rua mal dita Avenida, mais um

Mentir tão próprio desta Terra invadida

E ocupada, ... Rua, apesar de tudo, cordial,

De vizinhanças em estima e quase amor ...

Sem dúvida,

"Os nomes somos nós", dizes confessa,

Afinal, bisbas um raro e estranho "farelo

Afirmativo do futuro". (p. 90) Como lhe

Dizes "farelo" quando o qualificas de

"Afirmativo", para além definidor do

"Futuro". Luísa, o Futuro, qualquer.

Consiste sempre justamente por se

Esvaecer, antes mesmo de consistir:

Não esmorece, mas pode "esvivecer"

... como o teu passamento cruel está

A conseguir que te tornes quase eterna,

Com princípio mas sem fim ...