A TRAGÉDIA DE ALINE [poema arrancado à vida real]

Dela a morte colheu o padrasto,

À margem da rodovia.

Até aí, um acidente a mais

No carrossel do dia-a-dia.

Acontece que a morte, por demais,

Foi bem ladina.

Ela não poupou sequer a pequenez

Nem a presença, sozinha,

Da menininha.

Tão tristinha, Aline,

Também de olhar tristinho!...

A tragédia da menina

Doeu em qualquer retina.

Ah, inocente meninazinha,

Sofreste dor, drama ou trauma,

Quando ficaste sozinha?!

Polícia, perícia, reportagens,

Juizado... Identificação...

Deu o caso na tevê, mostraram

Vídeo tristonho da menina;

O acontecido tomou toda tarde

E do fato se fez grande alarde.

Aline!... Impossível!,

Como que anestesiada,

Só sabia seu próprio nome;

Dos pais não dizia nada.

– Deus te proteja, Aline!...

Após final concreto, sabe-se

Da mãe da menina.

E já falando coisas, Aline

Foi sorrir, por nadinha,

Bem menos sentida,

Nos pobres braços pobres

Da sua pobre mãezinha.

Fort., 16/04/2009.

Gomes da Silveira
Enviado por Gomes da Silveira em 16/04/2009
Reeditado em 16/04/2009
Código do texto: T1543039
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