APRENDENDO A VOAR

Dá seus primeiros passos relutante.

Insegura caí pois não tem firmezas,

Desaba sua graça, não chora, sorri,

Mãos afoitas acodem a pequena menina,

Que vacilante está aprendendo a voar,

Não alçando as azinhas como passarinho,

Mas como criança é assim que aprende.

É assim o aprendizado de quem alça vôo,

Suas azinhas são as mãos pequeninas,

Graciosas, descompassadas, mas teimosas,

Não admitindo interferências da mamãezinha,

Que mesmo com recusas da filhinha sapéca,

Protege, não vacila, está sempre muito atenta,

Sorrindo feliz ao acompanhar os progressos.

Vão crescendo as impetuosidades da menina,

Agora já corre mesmo que leve seus tombos,

E se chora um cólinho acolhe suas lamúrias,

Para acalmar talvez uma dorzinha tão pouca,

Que um beijo já cura a feridinha que mostra,

Pois o beicinho que faz só demonstra disfarce,

E a mamãezinha finge ser ela realmente existente.

É assim o aprendizado para a criança poder voar,

Ter forças e enfrentar as intempéries da vida,

Como um pássaro que deixa o filhote bater suas asas,

E alçar vôos tão altos que alcançam o infinito,

Quem sabe até o cume da mais alta montanha,

Para contemplar então um universo ao alcance,

Desde que tenha lições de muito amor e carinho.

08-12-2009