Minha asinha foi quebrada

Ia voando

Em direção do sol.

Meus olhos espreitando

O sinal do Atol.

Abrindo caminho,

Enfrentando o mau tempo,

Não dando um pio,

Persistia, no vento.

Com minhas asinhas,

Alcançava meu alvo.

Verão ou inverno

Não sentia cansaço.

Enfrentava tormentas,

Até ondas gigantes,

Só não pude vencer

A fúria dos homens.

Poluem, invadem,

Semeiam ganância.

A vida de um pássaro,

Não tem importância.

Um dia, voando,

Senti grande dor.

Tive a asa quebrada,

Por uma mão sem amor.

Não queriam saber

Que deixei no ninho,

Três biquinhos abertos.

Meus filhinhos!

Meu corpo pequenino

Não seria aproveitado.

A mão assassina,

Deixou-me de lado.

O desejo da matança

Era maior, mais feroz.

Saindo dali, se foi,

Num desejo atroz.

Eu fiquei, arquejando,

Com uma asa mutilada.

Não mais voarei,

Nem verei a alvorada.

Adeus, pequerruchos!

Não esperem por mim.

Tombado pelos homens...

Esse é o meu fim.

Ione Sak
Enviado por Ione Sak em 06/02/2010
Código do texto: T2072929
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