Navegar é preciso

A mesa era um barco

Com vários grumetes

O álbum era um marco

Que registrara os topetes

Minha avó, altiva e serena

Dirigia convicta o timão

Contava em águas amenas

lembranças de um capitão

dragões, ela já não existe

brindava o sucesso de alguns

justificava, o dedo em riste

a briga do outro com um

como foi bom o passado

quantas histórias eu tinha

quantos amores lacrados

ela não sabia que era minha

pipoca na mesa jorrava

boca cheia dos marinheiros

se ela às vezes chorava

todos eram seus companheiros

hoje o barco singra sem norte

perdeu a que era o guia do leme

quantos da mesa levou a sorte

o que fazia sorrir, agora treme

Roberto Chaim
Enviado por Roberto Chaim em 08/11/2010
Reeditado em 16/05/2011
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