Nossos Olhos
Nossos olhos deviam ser como olhos de criança
a ver tudo em foco multicolorido
no caleidoscópio da vida.
Nossos olhos deviam poder ultrapassar
a aurora das ideias e dançar
entre o verão e o inverno.
Nossos olhos deviam sorrir mais à tarde
quando o cinza do infinito
se une ao verde das matas.
Nossos olhos deviam reconhecer a beleza
das ondas encrespadas do oceano
a dominarem as costas do continente.
Nossos olhos deviam erguer-se aos céus
cada vez que as aves migrassem
em direção ao fascínio do sol.
Nossos olhos deviam beber da saudade
e rememorar as delicadas quimeras
antes que se tornem esquecimento.
São Paulo, 20 de maio de 2011.