Nossos Olhos

Nossos olhos deviam ser como olhos de criança

a ver tudo em foco multicolorido

no caleidoscópio da vida.

Nossos olhos deviam poder ultrapassar

a aurora das ideias e dançar

entre o verão e o inverno.

Nossos olhos deviam sorrir mais à tarde

quando o cinza do infinito

se une ao verde das matas.

Nossos olhos deviam reconhecer a beleza

das ondas encrespadas do oceano

a dominarem as costas do continente.

Nossos olhos deviam erguer-se aos céus

cada vez que as aves migrassem

em direção ao fascínio do sol.

Nossos olhos deviam beber da saudade

e rememorar as delicadas quimeras

antes que se tornem esquecimento.

São Paulo, 20 de maio de 2011.

Marcela de Baumont
Enviado por Marcela de Baumont em 20/05/2011
Código do texto: T2982435
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