A morte do artista

Nem bem meus olhos se abriram

e lá estava eu, pesquisador do mundo

tentando descobrir segredos

ocultos nas páginas das histórias.

Quis então brincar com as letras

na ânsia louca de aprender.

Equilibristas do lápis,

meus dedos faziam mágicas,

desenhando formas imaginárias

que sé eu consguia ler:

me ignoraram.

Meus dedos insisitiram ainda

em criar formas parecidas,

mais condizentes com as linhas

que me ensinavam a escrever:

me corrigiram.

Deixei de buscar dentro de mim

as ideias fantásticas que eu tinha

e passei a fazer cópias do mundo:

me aplaudiram.

Meus sonhos ficaram esquecidos,

meus monstros adormecidos

quando me sufocaram a voz.

Aprisionaram-me em algemas invisíveis

e me condenaram pela culpa do querer.

Roubaram meus sonhos,

a vida que eu coloria,

mataram minha fantasia:

foi um mestre, o meu algoz.

maria do rosario bessas
Enviado por maria do rosario bessas em 06/02/2012
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