A JOANINHA

- Bom dia, Dona Joaninha!

Diz pra mim, o que foi que houve,

Que você está tão tristinha

Na folha desse pé de couve?

- Em primeiro lugar, curioso moço,

Acho bom o senhor mudar o tom,

Pois, estou no fundo do poço

E não sou Dona, sou Dom!

Estou triste... é bem verdade!

Nisso, o senhor tem razão!

Já não tenho felicidade

E sangra o meu coração!

Joanita estava aqui comigo,

Jurando-me amor pela vida inteira...

Eis que um sapo asqueroso, inimigo...

Comeu a minha companheira!

Justo quando ela declarava

Um amor que jamais teria fim

A sua vida ali se encerrava...

Sem sequer se despedir de mim.

Sempre quando eu me estressava

E nervoso fazia caretas...

Joanita, serena, acariciava

Todas as minhas bolinhas pretas.

Que será de mim agora?

Como viver sem amar?

Joanita foi-se embora

Para nunca mais voltar!

- Neste mundo, nobre amigo,

Ninguém pertence a ninguém!

Se uma joaninha se vai...

Logo outra joaninha vem!

- Cale a tua boca maldita!

O que dizes é insensatez!

Amar como amei a Joanita...

Só se ama uma vez!

E agora, se me permite...

Preciso estancar a minha dor!

Não posso mais viver tão triste;

Vou me encontrar com o meu amor!

E assim falando, as asas abriu ...

E num voo elegante e bonito,

O seu corpo vermelho subiu

Na direção do infinito!

Alexandre Brito - 29/10/2012

Alexandre Brito
Enviado por Alexandre Brito em 29/10/2012
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