O CONGRESSO DOS ANIMAIS

No vale das borboletas

Onde vingam rosas mosquetas

E pelos palmeirais

Sopram flauta os pardais

Deu-se um congresso de animais

* * *

O orador do conselho

Um branco coelho

Usava da palavra

Trocando malavra

Reboleando a pata

* * *

Chorava a coruja

De tanta entruja

Que andava de serão na colina

Por tanto barulho de máquina

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Piava o pica-pau desplumado

Ter desparecido com o machado

Do lenhador desapiedado

Que fazia lenha

De toda árvore da brenha

* * *

Os esquilos desabrigados

Vítimas do serrote afiado

Sem nozes,sem toca,sem ninho

Vivendo de esmolas dos passarinhos

Se queixavam de tanto espinho

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A onça pintada

Com a alma penada

Não saía mais de casa

No tempo da caça

Prá não terminar seus dias na jaula

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Todo animal reclamava

O sapo pulava

Resultou no final

Achar outro matagal

Para salvar a espécie do mal

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E nos raios do luar

Foram buscar outro lugar

Onde o arco-íris os guiar,

Só animal pode entrar

E humano não pode alcançar

* * *

E só os passarinhos sabem

Onde fica o tal de vale

Não contam nem por sonho

Nem a troco de ouro,

Para ninguém ir destruir

O que a natureza contruir...

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NACHTIGALL
Enviado por NACHTIGALL em 22/07/2014
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