O BAILE DOS SAPOS

Numa noite aguada

Se atreveu a saparada

A fazer um boxinxo

Um baile de anfíbeos

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No lôbrego pântano

Infestado de pirilampos

Gálbanos,nenúfar e jurubebas

Saltavam sapos manguebas

Meio as lagartixas verde erva

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Entre os fios do cipó

Pulavam numa perna só

Pisoteando na lama melequenta

Onde rastejavam minhocas grudentas

Deslizavam lesmas gulosmentas

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Alguns sapos escaldados

De água ensopados

Coaxavam a mesma cantiga

Rechonchudos da barriga

Empanturrados de mosquitos e formigas

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Outros sapos balzaquianos

Galdrapos e traquitanos

Saracoteavam pelo lôdo

Com as salamandras cor de fogo

Como se amassassem um bolo

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E no lúrido pantanal

Salpicado de luar

Não desistiram de dançar

Pela meleca resvalar

Até a chuva secar

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NACHTIGALL
Enviado por NACHTIGALL em 07/11/2014
Reeditado em 07/11/2014
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