O menino e os peixinhos do rio
 
Jogar pedrinhas na água
Era o que mais o distraía
Dava risadas gostosas
Cada vez que a pedra fazia “tibum”
Ali passava horas
Seus problemas eram quase nenhuns.
 
Sem se lembrar da vida
Eram pedras pequenas
Não queria assustar os peixes
Que mesmo assim amedrontados
Se escondiam nas margens
E conversavam na linguagem dos peixes:
- Lá vem esse menino
- Lá vem as pedradas!
O menino não desconfiava
O que o seu lazer causava
 
Até que um dos peixes do rio
Valente quis se fazer entender
Pulou, pulou bem na frente
Do menino ainda inocente
Que parou assustado para ver
 
A cada pulo do peixe
Uma risada do menino
Que sem entender direito
Achava tudo perfeito:
- Eu jogo a pedra e o peixe pula!
- Eles gostam da brincadeira!
 
Correu e pegou mais umas pedras
Ao voltar tomou um susto daqueles:
Os peixes todos nas margens
Fazendo cara de repreensão:
- Não jogue mais pedras menino!
(Tudo na língua dos peixes)
Mas não é que o menino entendeu!
Ficou paradinho e sem graça
As pedras atrás do corpo escondeu
 
Desde então o menino
Passou a ser um defensor
Das margens, do rio e dos peixes
Não deixava que alguém
Jogasse pedra, que se atrevesse.
 
Os peixinhos passaram a nadar
Cada vez mais sossegados
Nada como nadar sem se preocupar
Com as chatas pedras na água ameaçando
E uma amizade pra sempre foi selada
Entre o menino, os peixinhos e a meninada!
 

Imagem: google
José Benício
Enviado por José Benício em 04/12/2014
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